segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Por que os blends fazem tanto sucesso?

Gosto é uma coisa que não se discute, mas em matéria de vinho tem tanta assunto que até vale a pena um boa discussão. Velho Mundo ou Novo Mundo ? Tinto ou Branco? Champagne ou Espumante?
São tantas as possibilidades que é um sem fim de assuntos, mas uma dessas discussões que mais tem atraído bate papos é sobre blends ou varietais ?
Por que os blends estão fazendo tanto sucesso no Mundo todo?
Antes de tentarmos colocar mais fogo nessa fogueira, vou explicar o que é blend e o que varietal.

Blend
É quando o produtor mistura mais de um tipo de uva para produzir um novo vinho. Pode ser também uvas iguais de safras diferentes e até de uvas de regiões diferentes.

Varietal
Produzido com apenas uma uva e no rótulo aparece claramente de que uva o vinho foi elaborado.

De acordo com a legislação de cada país, os vinhos varietais, embora declarem apenas o nome de sua uva principal, também podem conter uma pequena porção de vinhos de outras cepas, na maioria dos casos nunca mais do que 25% do blend, quase sempre bem menos do que isso. A legislação também permite que seja misturado em pequena quantidade vinhos de outras safras que não a declarada no rótulo. Ou seja, muitas vezes a oposição entre vinhos varietais e vinhos de corte é falsa e artificial e se dá mais por razões mercadológicas do que concretas. É difícil precisar, mas uma quantidade não desprezível dos vinhos vendidos e percebidos pelo mercado como varietais ou elaborados apenas com uma uva são, a rigor, também um blend. (fonte: Marcos Pivetta)

Durante algum tempo, os blends ou cortes ou assemblages eram considerados vinhos menores. Talvez até fossem mesmo, no passado provei blends que não serviam nem para fazer molho, mas hoje em dia com a enologia alcançando o status de ciência e os enólogos sendo químicos da mais alta categoria, os blends passaram por modificações que os elevaram ao nível dos melhores varietais.


Mas a dúvida permanece. Por que estão melhores ? Por que tanto sucesso?

A resposta parece bem simples: A mistura de uvas diferentes, safras diferentes e até regiões diferentes tem como objetivo produzir vinhos melhores do que os que seriam produzidos com as uvas separadamente. A soma das partes tem que ser melhor que as partes.
Os enólogos estão misturando cepas que no passado seriam inconcebíveis e produzindo novos aromas e sabores que não existiam. Na Argentina, uma produtora faz um varietal com 5% de outra uva apenas para corrigir um defeito do vinho original.

Por isso os blends tem feito tanto sucesso.

2 comentários:

Aristoteles disse...

Como os cortes eram considerados vinhos menores?!

Bordeaux, por acaso, era considerada menor? E os portugueses?

Marcelo Piuma disse...

Aristoteles,
Realmente não ficou claro no texto, mas quando eu quis dizer "menores" eram os cortes do novo mundo. Os Portugueses, Franceses e Espanhois que utilizam essa técnica a muito tempo, por terem toda uma politica de DOC e etc., é claro que não são menores, muito pelo contário. Como eu ando muito envolvido com produção e importação de vinhos do novo mundo, costumo me esquecer de mencionar nos artigos! Valeu!!! Obrigado pelo comentário.