quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Uma (h)estória do Mouton Rothschild

Essa (h)estória eu recebi da minha irmã!

Consta que numa noite, anos atrás, um homem entrou no restaurante Lucas Carton em Paris, e pediu uma garrafa do vinho tinto Mouton Rothschild, safra de 1928.

O sommelier, em vez de trazer a garrafa para mostrar ao cliente, trouxe o decanter de cristal cheio de vinho e depois de uma mesura, serviu um pouco no cálice para a prova do cliente.

O cliente levou o cálice ao nariz para sentir os aromas, fechou os olhos e aspirou o aroma do vinho.

Em seguida, franziu a testa e irritado, pousou o copo na mesa, declarando rispidamente:

- Este vinho não é um Mouton de 1928!

O sommelier assegurou-lhe que é. O cliente insistiu que não é. Estabeleceu-se a discussão e logo cerca de 20 pessoas rodearam a mesa, incluindo o chef de cuisine e o gerente do hotel que tentaram convencer o intransigente consumidor de que o vinho servido é mesmo um Mouton de 1928.

Então, alguém perguntou-lhe como ele saberia, com tanta certeza, que aquele vinho tinto não era um Mouton de 1928.

- Meu nome é Phillippe de Rothschild e fui eu quem fez aquele vinho Mouton.

Espanto geral.

O sommelier, cabisbaixo, pigarreia (bagas de suor escorrendo pela testa) e admitiu que serviu um Clerc Milon de 1928 na garrafa de decantação, mas explicou seus motivos:

- Desculpe, mas não consegui suportar a idéia de servir a nossa última garrafa de Mouton 1928. De qualquer forma, a diferença é irrelevante.

Afinal o senhor também é proprietário dos vinhedos de Clerc Milon, que ficam na mesma aldeia do Mouton.

O solo é o mesmo, a vindima é feita na mesma época, a poda é a mesma e o esmagamento das uvas se faz na mesma ocasião; o mosto resultante vai para barris absolutamente idênticos.

Ambos os vinhos são engarrafados ao mesmo tempo.

Pode-se afirmar que os vinhos são iguais apenas com uma pequeníssima diferença geográfica.

Rothschild então, com discrição, puxou o sommelier pelo braço e murmurou-lhe:

- Quando o senhor voltar para sua casa esta noite, peça à sua namorada para, se despir completamente.

Escolha duas regiões muito próximas do corpo dela e faça um teste de olfato.

Você perceberá a diferença de aromas que pode haver numa pequeníssima diferença geográfica!

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